segunda-feira, 5 de junho de 2017

PEDAGOFILOSOFIA CLÍNICA - Psicanálise pedagógico-filosófica existencial-humanista

I
Fruto de anos de estudos e pesquisas nas áreas da sociologia, psicologia e filosofia da educação, assim como também na EJA (educação de jovens adultos), o livro, um aprofundamento de pesquisa que tem como base a tese de doutorado “Filosofia Antropológica e Educação: um estudo sobre o pensamento de Nietzsche e a cultura”, do mesmo autor, explicita diferentes e importantes temáticas no universo da psicanálise existencial-humanista (pedagofilosofia clínica), e que – enquanto amálgama – se coadunam:
1-   A busca pelo entendimento do homem a partir da perspectiva fenomenológica de Husserl, desenvolvida esta a partir do pensamento Kant (ou neokantismo, cujas bases epistemológicas se encontram na obra crítica da razão pura e outras).
2-    A prática psicanalítica pedagógico-filosófica existencial-humanista, enquanto tratamento psicoterápico, como contraponto, crítica e superação à psicanálise freudiana, isto é, fundamentada epistemologicamente:
A - Nos existencialismos de Kierkegaard, Heidegger, Sartre e outros filósofos existencialistas;
B - No pensamento filosófico ontológico de Nietzsche;
C - E nos procedimentos e/ou recursos didático-metodológicos da educação de jovens e adultos, especialmente naqueles que dizem respeito às relações que envolvem ensino-aprendizagem e o desenvolvimento das consciências críticas de si e de mundo.
II
Ou seja, para a pedagofilosofia clínica (psicanálise pedagógico-filosófica existencial humanista), já que o conhecimento é fenomênico; já que a nossa consciência é doadora de sentido; já que toda consciência é consciência “de”; e já que existe o caráter intencional da consciência, frise-se: não se pode também dizer que existe um inconsciente, nos termos de Freud, que possa ser revelado ao analisado por meio de “associações livres”, “interpretação de sonhos”, etc. O que existem são alienações e/ou ausência do desenvolvimento das consciências críticas de si e de mundo (enquanto geradoras de náusea social, angústia, tristeza profunda, melancolia, inautenticidade, depressão e/ou perda do sentido da existência) que precisam ser superadas.
Em outras palavras, chama-se pedagofilosofia clínica o trabalho psicoterápico e/ou psicanalítico pedagógico-filosófico existencial-humanista através do qual, após uma análise do suposto grau de alienação do paciente-educando em relação a si e ao mundo em que se vive, por meio da problematização (dialética e dialógica) de eventuais problemas existenciais apresentados, traz-se à consciência do mesmo a necessidade da busca pela superação (renovação de si por meio da renovação do entendimento), uma vez que, como dito, não parte-se da ideia de inconsciente no sentido de Freud, mas sim:
1-   De Condicionamentos socioculturais sofridos, nos termos da filosófica antropológica[1];
2-   De Hábitos adquiridos através da cultura e/ou dos processos de socialização[2];
3-    De Alienação, como fruto da ideologia do capital e da socialização por fragmentos[3];
4-   De Omissões, em decorrência de ignorâncias (no sentido de ignorar ou de incompreensão das partes e do todo ao mesmo tempo), por parte do sujeito cognoscente[4], fruto das sociedades tecnicistas e especializadas do capital;
5-   Da Tomada de decisões prejudiciais a si, aos outros e ao mundo em que se vive (biosfera) devido a um profundo desconhecimento de causas e efeitos, nos sentidos macro e micro;
6-      De Ações realizadas por meio de hábitos e/ou costumes, inclusive no que se refere a aspectos éticos e/ou morais;
7-      De Ações realizadas sob a influência das ações alheias;
8-       De Ações realizadas por meio de afetos ou sentimentos;
9-      De Ações realizadas por meio de crenças, convicções e/ou valores como se fossem estes ou estas absolutas verdades;
10-   De Ações realizadas por meio da satisfação de vontades como se elas fossem o mesmo que necessidades.
III
 Entretanto, vale ressaltar, a pedagofilosofia clínica não é composta apenas deste trabalho: compõe o seu universo e/ou eixo temático direto e indireto também muitos outros estudos e/ou pesquisas que culminaram em livros, alguns deles inclusive tendo sido traduzidos para outros idiomas, a saber:
1-   Pedagofilosofia: ética e estética da educação;
2-   Inteligência Transcendental;
3-   Aprender a aprender;
4-   Saber é poder: o básico que você precisa saber para não ser um alienado;
5-   Dez lições sobre derrotas e vitórias;
6-   A indústria da felicidade;
7-   Por que os pobres morrem pobres?
8-   Quem só trabalha não tem tempo para ganhar dinheiro;
9-   Segredos da prosperidade;
10-               Criando prosperidade;
11-               Segredos da superação;
12-               Ser tudo o que se pode ser;
13-               As três transformações do espírito;
14-               O leão e a gazela: dialética do esclarecimento;
15-               Filosofia antropológica e educação: um estudo sobre o pensamento de Nietzsche e a cultura (tese de doutorado);
16-               Capitalismo, apologia da “vita activa” e dano existencial (dissertação de mestrado);
17-               Quem disse que os ricos não entrarão no céu?
18-               O que é aprender, ensinar e avaliar: teorias do conhecimento e da educação;
19-               Egocentrismo infantil na fase adulta;
20-               Sociedade corrompida: transgressão e arte racional da dissimulação;
21-               A sociedade dos ricos sem dinheiro;
E muitos outros.
IV
Palavras-chave: fenomenologia, Husserl, psicanálise, Kant, existencialismo, Kierkegaard, Heidegger, Sartre, clínica, Pedagogia, filosofia, pedagofilosofia, psicoterapia, psicologia, condição humana, Hannah Arendt, Nietzsche, EJA, alma.







[1] Filosofia Antropológica e Educação: um estudo sobre o pensamento de Nietzsche e a Cultura (tese de doutorado de Cleberson Eduardo da Costa).
[2] Idem.
[3] Levine, Donald.
[4] Ibidem.

FILOSOFIA DA LOUCURA

I
Quando se fala do homem em termos da formação estrutural da sua personalidade clínica ou psicopatológica (psicose, neurose e perversão), dados os relevantes estudos da antropologia, em especial a filosófica, descobre-se que:
1-   Qualquer cultura, em síntese, é apenas uma das muitas ou diferentes lentes através da qual determinado indivíduo vê e se relaciona com mundo;
2-   As diferentes culturas são apenas diferentes opiniões ou visões de mundo, corporificadas em modos diferentes de ser, de ver, de sentir, de dizer, de pensar e de existir;
3-   As diferentes culturas trazem em si as suas mais radicais, absurdas ou ditas inconcebíveis ideias de verdade ou normalidade quando comparadas e/ou confrontadas umas às outras.
II
A tentativa de uma globalização cultural, ou padronização de normas, valores e costumes, aos moldes da econômica, fracassou ou não tem tido o mesmo êxito. Ou seja, vemos um mundo hoje (no que se refere ao tratamento desumano dado aqueles que, fugindo de guerras civis etc. buscam auxílios em territórios estrangeiros) de regresso a nacionalismos e a formas xenófobas de existir e lidar com os diferentes e/ou as diferenças.
Nesse sentido, frise-se: a questão entre “psicopatologia versus normalidade” hoje não é e/ou não tem sido apenas de grau, como pensaram Freud e Lacan, mas também cultural, ética e/ou de valores.
Ou seja, indivíduos pertencentes a uma determinada cultura ou grupo, dado o caráter etnocêntrico e xenófobo das culturas, podem considerar loucos ou psicopatológicos os de outros se comparados a si.
Pense-se, por exemplo, no caso das brigas entre torcidas; nas guerras fundamentadas em diferentes concepções político-econômicas, morais ou religiosas; nos diferentes tipos de apartheids; nas diferentes formas de xenofobia; nos diferentes modos de desrespeito às diferenças; nas diferentes formas de se perceber ou encarar a vida de indivíduos que vivem em nichos culturais e socioeconômicos diferentes; nas formas machistas de muitos homens no mundo tratarem as mulheres; nas diferentes formas, às vezes deturpadas, de algumas mulheres viverem ou praticarem o que chamam de feminismo, etc.
Hoje, alvorecer do século XXI, pode-se dizer que o que (na maioria das vezes) tem acarretado desestrutura nas personalidades ou psicopatologias, muito além dos fatores ditos genéticos ou orgânicos, são aqueles oriundos:
1-   De choques culturais;
2-   De extremas desigualdades socioeconômicas;
3-   De competições e/ou comparações hierarquizadas entre indivíduos diferentes;
4-   De ideologias que pregam a meritocracia e o individualismo;
5-   De xenofobias ou de desrespeitos às diferenças e/ou aos diferentes;
6-   De ideias radicais ou ortodoxas que migram para a psique dos indivíduos como se fossem deles, possuindo-os, dando-os todavia a ilusão de serem os possuidores delas e/ou de estarem hiperconscientes, etc.
III
Nesse trabalho, sendo assim, falar-se-á sobre as diferentes estruturas clínicas ou psicopatológicas da personalidade (psicose, neurose e perversão), fundamentadas estas nas ideias de Freud[1] e Jaques Lacan[2]. Na mesma via, sob a égide de axiomas da fenomenologia e das filosofias antropológica e existencial-humanista, esboçar-se-ão visões críticas às ideias tecnicistas e/ou organicistas (homem-máquina) há tempos pré-concebidas e/ou difundidas como parâmetro de normalidade.
O autor




[1] Idem à nota 2.
[2] NASIO, J.D. Introdução às obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan. Rio de Janeiro: Jorger Zahar Ed., 1995.

QUEM DISSE QUE OS RICOS NÃO ENTRARÃO NO CÉU: O básico que você precisa saber para ser um incluído social

Crer não é pensar, e agir por meio de crenças não é agir racionalmente. Isto é, em pleno alvorecer do séc. XXI, em meio a tantos disparates, violências, intolerâncias e injustiças, ainda precisamos reafirmar a complexidade do óbvio: crenças são dogmas e, dogmas, por sua vez, embora muitos não saibam, são o mesmo que regras alienadas de ação.
Existem hoje nas sociedades capitalistas ocidentais pós-modernas variadas formas de alienação e, uma delas, certamente a mais crucial, é aquela que está dada entre a população de ditos pobres e/ou indivíduos de classe média baixa, uma vez que, sedimentada em mitos ou formas dogmáticas de pensar, sentir e agir, fazem com que os mesmos coloquem-se, além de quase sempre na condição de reféns ou fantoches do sistema capitalista, também como incapazes de superem as suas exclusões.
Esse livro, embora possa parecer a alguns, não é contrário à ideia de que o sistema capitalista é um fabricante diuturno e sistemático da exclusão social. Todavia, mais preocupado em trazer soluções do que propriamente tecer críticas ao mesmo, defende a ideia de que, além da exclusão externa (provocada pelo capitalismo), existe outra que é interna, ou seja, frise-se: diretamente causada e perpetuada em muitos por nutrirem estes formas dogmáticas ou alienadas de pensar, agir e sentir em relação à pobreza e a riqueza.
Esse livro, nesse sentido, entre outras coisas, se propõe a, além de quebrar paradigmas e/ou dogmas:
1- Mudar radicalmente a nossa forma de pensar e/ou encarar os sentidos que até hoje têm sido dados à pobre e a riqueza;
2- Dar-nos condições intelectuais epistemologicamente fundamentadas para podermos não somente resistir aos processos de exclusão social, mas também conquistarmos um lugar ao sol.
Para nós, a cidadania plena é e deverá ser sempre um direito.
Esse direito, todavia, em sociedades capitalistas como a que se vive, não é e nem nunca será uma dádiva, ou seja, para ter real sentido, ele precisa e precisará sempre ser também encarado como fruto de uma conquista.
O autor