Crer não é pensar, e agir por meio de crenças não é
agir racionalmente. Isto é, em pleno alvorecer do séc. XXI, em meio a tantos
disparates, violências, intolerâncias e injustiças, ainda precisamos reafirmar
a complexidade do óbvio: crenças são dogmas e, dogmas, por sua vez, embora
muitos não saibam, são o mesmo que regras alienadas de ação.
Existem hoje nas sociedades capitalistas ocidentais
pós-modernas variadas formas de alienação
e, uma delas, certamente a mais crucial, é aquela que está dada entre a
população de ditos pobres e/ou indivíduos de classe média baixa, uma vez que,
sedimentada em mitos ou formas dogmáticas de pensar, sentir e agir, fazem com que
os mesmos coloquem-se, além de quase sempre na condição de reféns ou fantoches do
sistema capitalista, também como incapazes de superem as suas exclusões.
Esse livro, embora possa parecer a alguns, não é
contrário à ideia de que o sistema capitalista é um fabricante diuturno e
sistemático da exclusão social. Todavia, mais preocupado em trazer soluções do
que propriamente tecer críticas ao mesmo, defende a ideia de que, além da
exclusão externa (provocada pelo capitalismo), existe outra que é interna, ou
seja, frise-se: diretamente causada e perpetuada em muitos por nutrirem estes formas
dogmáticas ou alienadas de pensar, agir e sentir em relação à pobreza e a riqueza.
Esse livro, nesse sentido, entre outras coisas, se
propõe a, além de quebrar paradigmas e/ou dogmas:
1- Mudar radicalmente a nossa forma de pensar e/ou
encarar os sentidos que até hoje têm sido dados à pobre e a riqueza;
2- Dar-nos condições intelectuais epistemologicamente
fundamentadas para podermos não somente resistir aos processos de exclusão
social, mas também conquistarmos um lugar ao sol.
Para nós, a cidadania plena é e deverá ser sempre
um direito.
Esse direito, todavia, em sociedades capitalistas
como a que se vive, não é e nem nunca será uma dádiva, ou seja, para ter real
sentido, ele precisa e precisará sempre ser também encarado como fruto de uma
conquista.
O autor
Nenhum comentário:
Postar um comentário